Saturday 27 August 2011

Brasiu - a viagem




A noite passou... dormir não foi uma delas. Ainda o sol pensava em alumiar a nossa terra, já a casa se tinha levantado, arranjado, metido qualquer coisa para enganar a fome e saído de casa.
O taxi apanhou-nos e levou-nos, ao som de uma bela música mirandesa, para o aeroporto.
È hoje! É hoje que tudo muda.

Novo país.
Novo continente.
Novo ar.
Novo mundo.
Pequeno e deserto, lá tratamos de fazer o que todo o comum ser faz quando vai de viagem: despachar a mala (se precisar de o fazer), passar a alfândega e rezar que o botão das calças não apite para que não tenha de perder tempo a ser desnecessariamente revistado, admirar o abrir de olhos do segurança, quando vê a quantidade de coisas e coisinhas que trago na mochila, descer as escadas rolantes e dirigir-me para a porta de embarque.
Era a número 5. Nunca naquela zona do aeroporto tinha eu estado (diz ele como quem se acha um home munte viajado) e lá se esperou, coisa nada habitual, pelo avião.








Direcção: Madrid
Muito mais barato é ir para lá em vez de seguir directo pelo Porto. Oh, se não é! Por causa do recente JMJ, o nosso avião para a terra do samba e do carnaval, estava cheio de cristãos, a fervilhar de vontade para chegar a casa.





Coitado de quem tem de fazer esta viagem mais que uma vez ao ano!
Foi a viagem mais desgastante de todo o sempre. Ainda que gigante até dizer chega, ter dormido 2 vezes - acho que nunca menos de meia hora -, ter tido 4 refeições, visto 3 filmes e lido quase 1 terço de um livro, isso não foi suficiente para que a viagem chegasse ao fim.

Foram quase 10 horas de viagem.



Soy emigrante!

Preenche-se papelada de emigração, passamos pela alfândega e pela primeira vez também, é-me carimbado o passaporte. Que desilusão! A pensar que ia ver um carimbo verde, cheio de elementos que caracterizassem o país... não. um carimbo preto, rectangular, com o dia, a hora e o nome do país. Mais impessoal que isso não podia haver (se calhar também aqui andem a cortar nas despesas).



A boleia já nos esperava, aquando a nossa chegada do aeroporto.
Já a noite era escura, e por tanto, o que de dia o sol nos mostra, agora a luz humana dava a impressão.  Ao olhar em redor, os meus olhos brilhavam, talvez tanto quanto os candeeiros que iluminavam as ruas ou os faróis dos carros que as estradas clareavam. Apesar de a maior parte da viagem até aos aposentos serem favelas... bem, que delícia fotográfica! Que lugar mais fotogénico! Mas ainda que por dentro, a vontade fosse poder sair da auto-estrada e meter-me pelo meio dessas ruas e ruelas, tinha de acordar para a vida: estava num carro com vidros de 2cm de espessura. Já não estás em Portugal, João.




E com este desejo impraticável, juntamente com pasmo face ao que via, fui para a cama, esperando pelo que o amanhã me iria trazer...




3 comments:

  1. muito obrigado :) os posts vão em atraso, principalmente pelo tempo que demoro a fazer conversões das fotografias... porque elas não têm qualquer tipo de toque digital!
    sem certezas, nem compromissos mas... talvez hoje, se me conseguir aguentar, meta os 3 posts que faltam para estarem em cima do acontecimento :D

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