Thursday 30 December 2010


Hoje vim ver os trabalhos que tinha, porque tenho de preparar o meu portfólio para apresentar nas entrevistas que vou ter a partir de Fevereiro do próximo ano.

Em Inglaterra, ao contrário de Portugal, não avalia os alunos pelas notas que têm mas pelo produto que apresentam e a forma como o mostram e justificam. Entre outras coisas, considero-o mais verdadeiro, pois não só acabamos por mostrar em que ponto estamos mas o que nos interessa e cativa, tentando convencer os entrevistadores de que somos bons q.b. para ir para aquela faculdade. Acho que acaba por ser um pouco o que acabamos por fazer quando queremos divulgar o nosso trabalho - convencer os outros de que o que fazemos é bom; é diferente. 

E isso fez-me voltar a ver a minha PAA. Pesadelo para muitos; eu considerei-o mesmo bom de se fazer. Claro que tive problemas e passei muitas semanas de volta do trabalho. Noites em branco e quase desespero por não saber como executar o trabalho. Porém, tudo acabou da melhor maneira e fiquei imensamente satisfeito com o que obtive, dado o meu conhecimento e sensibilidade para resposta ao enunciado proposto.




Nos próximos dois posts, ficam os trabalhos que fiz.

Paródia

Um trabalho de cariz humorístico; gerações que viveram segundo determinados valores, conceitos e normas tendencialmente conservadoras; tarefas e afazeres associados à mulher. Pretendo neste trabalho revelar como certas gerações foram habituadas a certos afazeres e como agem mediante esses mesmos encargos que no estado presente são executados, ou deveríam ser executados, por ambos os sexos; um retrato de quem viveu numa época onde vários eram os preconceitos acerca de diversas tarefas e que hoje, quando confrontados com elas, tão habituados a não necessitarem de as fazer, actuam inabilmente.





























É verdade. Depois de ter feito este trabalho, e antes de ter ido para Londres (onde agora vivo e estudo, para quem não sabe), enviei este projecto para concurso de fotografia internacional Encontros da Imagem, a decorrer em Braga. Para o concurso, tínhamos apenas de preencher um formulário de inscrição e enviar juntamente com o trabalho que pretendíamos mostrar mais um valor de 10€ - custo de inscrição - para uma morada que agora não me lembro.
Depois de enviado o trabalho, devíamos esperar até dia 20 de Agosto por uma resposta deles, caso tivéssemos passado à fase final - de apenas 70 artistas - que, posteriormente deveriam enviar um cheque no valor de 100€ para este trabalho ser avaliado por 8 júris - escolhidos por nós, dentro da lista feita por eles - e entre o dia 22 e 23 de Setembro íamos a Braga justificar o nosso trabalho.


O tempo foi passando, eu fui falando com eles depois da data definitiva de selecção dos finalista e nenhuma resposta tive. Deduzi que não tivesse passado à final e assim encostei a participação a um canto, visto que já estava em Londres e havia muita coisa para tratar.


Engraçado foi quando, no dia 26 de Setembro me lembrei do concurso e fui ver quem tinha ganho. E mais engraçado foi ter descoberto uma lista de participantes, dizendo quem tinha ou não passado.


Mais engraçado foi ver que tinha passado!


No dia seguinte, por já ser noite, tratei de fazer uma reclamação por falta de comunicação e a única coisa que me souberam dizer foi que houve um engano ao enviar o mail; que tinham confundido o '_' pelo '-' e por isso não tinha recebido nada.
Perdi, à custa disso, a oportunidade de poder mostrar o meu trabalho a gente da área e possivelmente ganhar o concurso (para além de ter uma exposição a solo de todo o meu trabalho, ganhava 7500€).


Mas pronto, ainda assim, por ter passado à final, fiquei com uma imagem em exposição colectiva, o que para mim já não é nada mau!

Amato Sinus

Um espaço internacional; um símbolo da economia nacional; um não-lugar. Apesar de toda a sua importância, de toda a quantidade de pessoas e mercadorias que faz circular, de toda a sua dimensão, este é um espaço desconhecido e fechado à maioria que passa e/ou vive em seu redor. Um espaço frio, sujo, impessoal, onde pairam odores fortes, suaves, doces e amargos; tons ocres, metálicos, frios, quentes; formas geométricas, superfícies texturadas; uma organização meticulosa. Uma amostra do que lá se pode encontrar é o que pretendo mostrar: o que lá existe; o que lá se faz; o que lá se cria; o que lá se transforma.