Monday 29 August 2011

Puxei os lençóis como quem tenta dormir,
mas o sono não veio, por mais que tente.
Tanta é a informação que aqui levita, ai,
Oh! como o mar, que de de ressaca está.















Entre muitas outras coisas, pus-me a pensar na forma como tenho escrito, principalmente neste "diário de viagem" e acho que a maneira como abordo as coisas, as descrevo, as mostro é muito pouco envolvente; falta-lhe muito sumo... por isso peço-vos que critiquem, e re-critiquem a minha maneira de mostrar imagens a partir de palavras :)


e voltando para os lençóis, aqui vou eu! (esta é para ti, "sugar")

Brasiu - a um passo de lá chegar

Cedo, hoje acordei cedo! E para quê? Para quase andar de asa delta -.-"



De carro fomos percorrendo as ruas e avenidas cariocas para andarmos na mítica asa delta (agora vem aquele coro de meninos e uma luz acende sobre a asa delta; imaginem!). À medida que mais perto estava de acontecer, o nervosismo e o entusiasmo pulavam aos pacotes de nós. O tempo não podia estar melhor... eram 9.15 e estavam 23º, um céu limpo, sem ponta de nuvem nem neblina, e mal batia o vento (lembro-vos que estamos no inverno -.-!).
Até aqui tudo bem, com a excepção do vento pois, sem ele, não se voa. Lá encontramos o nosso instrutor, o Giovanni que, aparte do trabalho aqui, tem uma empresa de limpeza :p, arranjamos um moço que levasse o carro dele para transportar a asa delta e depois descer com o carro para o ir apanhar (isto num ciclo de quatro viagens).








Um trânsito aéreo louco; tempo de preparação mental (ihihih), indicações para antes do voo; esperar pela brisa de vento certo... um, dois, três, e estamos no ar!









Quando a minha vez se aproximava , por volta das quatro - lembro que já lá estamos à quase 6 horas -, o vento começa a dar mais forte, de norte... e pouco tempo passa até o Giovanni vir e dizer que estava bandeira vermelha, e que por isso, hoje não se iam fazer mais voos.

Digam-me como é que se sentiriam caso esperassem este tempo todo para, no fim, não voarem!!! -.-"
Ah e tal, vais voar depois... não é a mesma coisa; mentalizas-te-te para algo que não fizeste... custa.

Ahhh

Enfim... valeu a luz de fim de tarde para fazer o desgosto que, mais uma vez, faz chorar o olho de quem vê.




Mudando de ares, vou desaparecer em princípio por dois ou três dias da cidade da boa caipirinha. 
Até jazz :)

Sunday 28 August 2011

Brasiu - roçando a favela

(com este esforçozinho, ponho os posts em dia e assim, sabem em primeira mão e sem atrasos diários, o que o desnaturado faz por terras de samba e bem dizer).



Este quarto dia (damn, já é o quarto) começou sem planos aparentes de sair da zona. Por isso, acordamos e arranjá-mo-nos para ir à praia da parte da manhã e, já prontos para sair, o "sôr" Flor, como lhe chamamos, liga-nos, a perguntar se não queríamos ir com ele ver o terreno do seu próximo projecto. E lá decidimos ir. Trocamos os calções de banho por calções e seguimos viagem, uma vez que o tempo não estava o melhor e de tarde o tempo ia abrir.

Para que fiquem familiarizados, o sôr Flor é um amigo do meu pai que vive cá no Rio e tem um trabalho que lhe dá muuuuuito pouco dinheiro. Pondo tudo na mesa de uma forma muito simples e resumida, ele compra terrenos e vende-os para empresas grandes construírem os seus armazéns do que quer que seja. Ou seja, ganha rios de dinheiro!!

Flor

Saíndo das ruas do "turista" Rio, fomos sendo levados pela Linha Vermelha, seguida da Linha Amarela (semelhante à VCI). Para surpresa de muitos talvez, à medida que me ia afastando do centro e aproximando da zona mais pobre, os meus olhos iam-se arregalando cada vez mais e a vontade de sair do carro e pedir para me irem buscar ao fim do dia ia aumentando. Mas sabia que tal não ia acontecer. Por esse motivo, a única solução era deixar-me embebedar pela paisagem e guardar esses momentos para uma próxima viagem cá. Pensando positivo, isto dá-me hipótese de ter uma noção dos locais para que, quando cá voltar, saiba de antemão onde ir :D
Muita estrada esburacada, quando alcatroada, dava acesso às muitas pessoas que circulavam por aqui; a pé, de bicicleta ou de carro, todos seguiam o seu caminho e, ainda que em muito más condições, não sentia muita tensão ou nervosismo (se o havia, era provocado pelo nervosismo vindo do carro).







Da área de trabalho, lá íamos nós a pensar na praíta (o tempo já estava aberto e a temperatura era boa) quando o Flor nos propõem mais uma voltinha. E como a praia pode esperar, e era ele quem conduzia ahahah, deixamo-nos levar por ele. E que bem nós fizemos.
Almoçamos num restaurante, no cimo de uma colina, em Grumari, que tinha da melhor comida que já provei até hoje - os melhores rissóis de camarão pelo menos. A adicionar à excelente comida, uma música ambiente muito, muito boa, uma vista descomunal e a certeza de que à vinda para casa, ela não ia descer de nível!


melhor rissol de camarão do mundo!!


vista panorâmica do restaurante.
Bem dito, bem feito!
Sinceramente, não sei  como é que ainda há gente a querer vir a estas bandas, quando há tanta coisa tão, mas tão feia para se ver, ouvir, provar e experimentar!!!





Seguimos de Grumari pela zona costeira, passando por Barra (uma zona bastante cara, por assim dizer -.-), parando em São Conrado. Aqui parámos, saímos do carro e dirigi-mo-nos para um pequeno jardim e PUM!

São Conrado

Pela conversa, o que estava no chão e finalmente ao olharmos para cima, pouco tempo foi preciso para nos aperceber-mos do que se tratava... é aqui que os parapentes e asa-deltas aterram, do morro de salto mais conhecido no Rio!



Arruma arruma, que amanhã, eu te espero!
:D
Ainda não é meia-noite e já estou mais para lá, que para cá.

Brasiu - a floresta "amazónica"

Que vou eu fazer hoje? O que posso vir a ver hoje? O que vou ouvir, sentir, saborear, cheirar.... estes são apenas uma ínfima soma dos pensamentos que esvoaçam na minha mente, quando acordo.




Tenho pena de haver tanta pressão e tanto receio de andar na rua com valores. À hora de almoço, antes de nos terem vindo apanhar de carro, um carteiro que distribuía as cartas aos recepcionistas dos diferentes prédios - sim, cá todos os prédios, pelo menos desta zona, têm um recepcionista que está na entrada e certifica-se que ninguém salta o gradeamento para um possível assalto - nos disse, para nossa segurança:
- Não vacile. Não fique não mais de 20 minuto parado no mesmo sitio, que nesta rua já três moças foram "arrastadas".


o carteiro!

Adoro. Simplesmente adoro. Oh, acordar, arranjar-me e sair para a rua, sentir aquele ar húmido, ver as árvores, cheias de expressão e textura que, apesar de estar na cidade, me levam para a floresta tropical, em nenhures (talvez a amazónia, por mera proximidade ;p )




Hoje, como está um tempo menos amigável - há previsão de chuva - vou à praia, de manhã e se o tempo não o permitir, vou ao Jardim Botânico. Uma coisa é certa, hoje não vou sair das redondezas.

o ultra-sónico vendedor de amendoins.











Saídos do Jardim Botânico, fomos parar, por casualidade, ao Jóquei Clube onde, também por casualidade, tivemos a sorte de ver uma corrida de jóquei. Não fiz muito, porque pouca gente havia também e pouco tempo antes de ter saído do Botânico, a ordem foi "guarda a câmara",  por tanto não me sentia confortável para andar de um lado para o outro a brincar...





Por muito que queira fotografar tanto de manhã como à noite... para além de toda a onda de notícias com que somos bombardeados antes de para cá virmos, e a constante: "guarda a câmara agora", naquelas zonas que são pura e simplesmente uma delícia ao olhar (meu pelo menos) acabam por me deixar um bocado desanimado, porque não é todos os dias que tenho a oportunidade de por cá andar e o facto de trazer material para o documentar e não o poder fazer... custa.